20.11.06

...

"Faz tempo que eu sai de casa para viver no mar". Não sei para quem dar crédito a essa frase que li hoje.

Faz tempo que saí da casca para viver no ar, eu diria.

Só agora começo a relacionar o tempo. Fazem 2 anos que eu me formei, há 1 ano e 8 eu sou completa, há 20 anos sou nascida, daqui a 3 me formarei denovo e assim o ciclo recomeça...

Engraçado perceber que a magia está na rotina- dizem que a rotina é ruim. Eu discordo; quando se é feliz mesmo com os problemas de sempre, nada melhor que a rotina de todo dia, dia a dia a dia...

Recomeçam as histórias, com variantes, troca de figurantes e de cenário. Mas são fundamentalmente as mesmas. O elemento mágico agora sou eu, fora da casca, mais firme e consciente que nunca de mim mesma como pessoa, mulher, livro ambulante, problema eterno.

* escrever coisas com sentido está complicado, porque como disse no começo, estou no ar ainda.

Gigek, amigão para tudo. Te adoro muito. Saudades aos montes. Volta logo, ok?

26.10.06

Passado



Dizem que o futuro é um mistério. Eu discordo. O futuro é simples consequencia do presente. Não precisa ser vidente para decifrar. Mistério mesmo é o passado, quando aparece no presente para cobrar antigas dívidas. Agente nunca sabe como vai ser.
Eu não leio horóscopo, mas leria se ele falasse do meu passado, coisas que eu não percebi na época e que hoje me fazem ter vontade de bater a cabeça na parede até rachar:
" Ano passado você tinha dinheiro para guardar e não o fez, por isso que hoje você está dura. Da próxima vez que tiver grana, gaste direito. "

Quando estava no colegial, achava que tudo que eu fizesse lá seria levado até o túmulo. Todos os rótulos, as acusações e as mancadas. Já dei muitas. Aos poucos agente fica calejado e desencana um pouco. Na escola tudo é imagem, aparencia. Graças a Deus descobri que a vida é mais que isso.
O passado é igual coceira: Só aparece quando não é a hora certa. Pode ser no metro, quando se está voltando depois de um dia comum. Pode ser na locadora, com você de moletom cinza e a blusa do pijama, enfim... em qualquer lugar.
Ele vem no dia mais desprevenido, e te faz escolher entre continuar seguindo o caminho ou mudar de planos e voltar atrás, para ver se deixou lá no fundo escapar algum atalho com destino à felicidade.

Passei muito tempo pensando em como seria rever tudo. Achei que seria difícil , mas não foi. O melhor de rever antigamente é perceber que hoje é melhor que ontem, e que amanhã vai ser melhor e hoje e blá blá blá....

Conclusão do dia é : O passado a Deus pertence, agente não muda o que já passou. Mas o futuro só pertence a nós.

30.9.06

A Arte da Dedocracia

Em tempos de eleição, muito se fala na tal de democracia. Ela só aparece às vezes, normalmente no horário pólítico obrigatório. Depois das eleições ninguém sabe bem para onde ela vai. Talvez para os EUA, já que lá adoram a palavra democracia, mesmo nunca tendo entendido bem o que significa.
Fui vitima da democracia este ano. Vou ser 1ªsecretária nas eleições. (Traduzindo, o secretário é uma espécie de mesário sem sorte, que fica com o serviço chato de organizar filas e fazer relatórios.)
Vou sair da minha cama domingo às 6h30 da mahã, chegar até a escola às 7h e ficar organizando filas até às 17h. Não queria ir. Mas fui democraticamente obrigada. Se não fosse, com certeza seria democraticamente penalizada pelo resto da vida. Justo não?!
Acho que o papel do cidadão é o de escolher o melhor candidato, procurar saber quem é o tal , e depois não xingar ninguém se tiver escolhido errado. Vale ressaltar que é importante , caso o escolhido tenha sido FDP, lembrar de não votar denovo nele.
Mas é ridículo forçar um monte de gente a trabalhar na eleições. Isso deveria ser um trabalho voluntário!
Aí muitos dirão:- mas se fosse voluntário, ninguém iria!!
E a resposta para isso é muito simples: Ninguém é voluntário para trabalhar nas eleições porque ninguém acredita mais na democracia!!!!!!
Agente lembra mais ou menos o que é. Ela aparece nos filmes de vez em quando, ou na TV.
Resumindo , alguém me manda uma intimação, "Dedocrática" , me dizendo que estou convocada por livre e espontânea pressão a participar do que eles apelidaram carinhosamente de "exercício de cidadania".
Confesso que é um exercício de paciência para mim participar disso. Estou revoltada e quero que você também fique.Não apenas por mim, mas por você, pelos nossos filhos e pelos nossos netos.
Não me procurem no domingo. Estarei cumprindo pena por ser futuramente funcionária pública. Viver em uma república democrática não é libertador?!

10.9.06

Cuide-se bem

Não sei você, mas toda a minha geração teve um Bichinho Virtual (sou nova, ok!).
Era um brinquedo em forma de bichinho estranho, que deveria ser banhado, alimentado, blá, blá, blá. Pra ser sincera, era um saco cuidar daquilo, mas como todo mundo tinha, eu também queria ter.

Refletindo bem, desde criança cultivamos a idéia que nós temos que cuidar de alguém, alguma coisa, qualquer coisa, para que a nossa vida não tenha sido em vão. Começamos cuidando de plantas, animaizinhos, brinquedos, e por fim de pessoas.

Me conformei com a idéia de que eu nunca cuidei "muito" bem de nada. Minhas plantas sempre morreram, meu cachorro é mais ou menos quase normal, e as minhas tartarugas depois de alguns meses começaram a comer umas as outras (não no sentido gostoso, mas literalmente). O único ser vivo que permaneceu ileso aos meus cuidados (e ainda não tenho muita certeza disso) é o meu namorado. Acho que é porque eu não preciso alimenta-lo.

Acho francamente que não precisaríamos cuidar de nada se cuidássemos de nós mesmos. Aprendemos a vida inteira que a caridade se faz para o próximo. E agente, como fica?

Você trabalha só para pagar contas? Então saia de casa, coma um big mac sem culpa, compre uma roupa cara, beba tequila e rode a cabeça! Passe mal de rir sozinho, corte você mesmo seu cabelo...sei lá! Tem tanta coisa pra fazer por si! Já pensou que você sabe seus gostos melhor que ninguém e portanto é a melhor pessoa para se auto-agradar?

Depois a vida passa, as plantas ,os animaizinhos , as pessoas...Todos morrem. A sua companhia eterna e certa é a sua própria persona! Então vá viver, porque ninguém vai fazer isso por você.
Cuide-se bem, por favor e o mundo vai ser melhor para todo mundo. Prometo. Obrigada.

22.8.06

Quero ser grande


A primeira vez que eu saí à noite, tinha uns 15 anos. Foi a primeira vez que eu me senti gente grande. Ai minha mãe , que decidia onde eu ia, jogou um balde de água fria na história de eu mandar na minha vida.

Aos 17, minha 1ª viagem de formatura à Floripa. Estava com os meus amigos, todos grandes, sem pai nem mãe para mandar. Estávamos livres. Até a grana dos nossos pais acabar no meio da alegria, e ai ficamos pobres outra vez, presos denovo, só que no Hotel.

Teve outra vez ainda. Quando eu recebi meu primeiro salário. Quatrocentos reias. rsrsrsrsr....Juro que por um dia pensei que podia fazer muita coisa com essa "fortuna". A brincadeira acabou quando eu gastei todo o meu primeiro salário com roupas e sapatos na primeira semana, e acabei tendo que contar com a grana da minha mãe pra me bancar até o fim o mês.

Hoje, eu abro as poucas cartas que recebo , e me deparo com as contas da faculdade, as do cartão, as do Carro, e todas as outras milhares que dá até arrepio de lembrar.
Nessa hora eu queria minha mãe, para pagar minha mesada de 50 reis por mês, e que dava para tudo. Eu tinha mais dinheiro nessa época do que hoje em dia. Ia no cinema, comprava uma blusinha na C&A, tomava sorvete e ainda sobrava!...

Queria que o meu pai me prendesse em casa porque está frio. Hoje, eu tenho que trabalhar, mesmo que neve lá fora. Ele podia também me deixar na porta da faculdade todo dia de manhã. Podia me proibir de ter um cartão de crédito, e ai eu não me endividaria. Poderia até me deixar de castigo quando eu resolvesse sair o fim de semana inteiro o invés de ficar descansando um pouco em casa com a família.

É, a vida era mais fácil aos 16 anos.... Talvez por que ela não fosse minha naquela época. Era dos coitados papai e mamãe , que tinham que cuidar não só da vida deles, como também da vida da filhota "ovelha- negra- louca- alucinada" desde sempre...

Agora, sendo ovelha negra ou não, sou eu quem faço as minhas tozas, as minhas loucuras e as minha encrencas.

5.8.06

Os inícios e os fins

A mulher sentada na mesa ao lado da minha chorava.
Mais que chorava, ela sofria muito, chorava com todo o corpo, baixinho e discretamente. Ofuscava tudo sem perceber.

O homem ao lado dela, pelo jeito motivo do choro, consolava-a como uma estranha. Não a amava mais, com certeza. Ele era como alguém que dá esmolas para um mendigo.

Meu café esfriou vendo a cena. Ela socou meu estômago e doeu ver a dor dela.
Quem nunca chorou em público.É sempre mais melancólico do que chorar sozinho.

O fim acaba com qualquer um.
Me lembrei quantas vezes eu chorei antes, e quantas pessoas eu fiz chorar no fim. Sempre tem alguém que chora no fim.

O final de algo é começo de outro. Não se sabe começo nem fim do que, mas é sempre assim que parece funcionar. Ai agente enfatiza o que convém. Por exemplo “ Terminei meu namoro, estou acabada” .
Já tentei enxergar o fim como algo bonito, mas não deu. Eu choro em todos os fins de ciclo, bons ou ruins, não importa. São fins independente de qualquer coisa.

Já os inícios são mais simples. Eles são a chuva, depois que para e fica o silencio no ar.
Inicios são bonitos, mais coloridos que os fim constumam parecer. "Ela se salvou do acidente, está começando uma nova vida!".

Ai volto a observar a Mulher da mesa ao lado. Ela foi ao banheiro, enxugou as lágrimas e retocou o batom. Se despediu do estranho de longe, e saiu pisando forte e fazendo o barulho do salto alto no chão. Estava começando um ciclo para ela.

22.7.06

Um problema de ego


Não que eu também não tenha ego.
Mas o hiper-egocentrismo é um super-problema.
Pessoas com hiper-egocentrismo me irritam mais do que as com baixa auto-estima.

Elas adoram – ADORAM – falar de si mesmas. Li um livro onde a escritora dizia que “não há nada mais maravilhoso e interessante para os homens e as mulheres extremamente bonitas do que falar deles mesmos”. Mudaria nesta frase apenas a parte da mulher, já que não é necessário ser extremamente bonita para viver falando sobre si.
Sei lá, falar sobre si mesmo é normal, até bom. Afinal, eu escrevo nesse blog sobre mim a semana toda e ninguém me xinga por isso. Mas tentar convencer as pessoas de que não existe pessoa melhor do que você, pelo amor!

Tenho na minha cabeça milhões de registros de hiper-egocentrismo que passaram pela minha vida. É uma coleção um pouco nojenta, que eu só mostro por completo para pessoas de estômago forte.
A pior até hoje foi uma modelo que sentou do meu lado no metrô, sem que eu disesse uma palavra, falou:.
- “Não sou modelo. Só porque eu sou bonita e tenho olhos azuis, não quer dizer que eu tenha que ser modelo. Faço apenas trabalhos de modelo e eventos, mas na verdade sou atriz.”

Para muitos, essa fala não quer dizer nada. Provavelmente alguns cairiam na armadilha, continuariam a conversa profunda sobre como a cor dos olhos azuis dela combinam com o sol do cenário da próxima novela das 8. Ela venceria e ainda sairia jogando cabelo, e fingindo que não te conhece, porque afinal, você é mortal e ela soberana.

Ela realmente era bonita, mas o problema não é esse. Ela poderia ser a mulher mais feia do mundo. Mas diria algo parecido, mudando apenas os adjetivos. Massagear o ego é um vício, tipo coceira em mordida de pernilongo. Não acaba a coceira nunca. Não devemos dar atenção para esses assuntos e assim alimentar o vício delas, e muitas vezes o nosso, de viver nos rebaixando a todos.

Algumas pessoas vivem me animando, por acharem que eu me deprecio demais. Na verdade eu sou viciada em mim, e casaria comigo sem pensar se fosse outra pessoa que me conhecesse tão bem quando eu queria me conhecer. É que eu sou uma ex-viciada. Tinha um hiper-egocentrismo do tamanho da estátua da liberdade. Então, para não amolar as pessoas com o meu papo egocêntrico, eu falo sobre outros coisas, evito de falar de mim demasiadamente (a não ser nesse blog, já que vocês podem parar de ler a hora que quiserem) .

Todo mundo tem um lado insuportável. Esse é o meu e o de muitas pessoas. Mas não precisamos mostrar o nosso lado péssimo para todo mundo, toda hora. È bom conhecer outras coisas, ver que nem sempre somos o centro.
Avante Narcisos!! Vamos quebrar os espelhos e olhar para os outros de vez em quando.

Flash

Saiu na coluna social da revista por acaso, ao lado daquele ator famoso da Globo. O vestido parecia mais bonito no corpo que na foto e o nariz ficou meio achatado, mas mesmo assim era ela.
Engraçado sair em uma foto como se fosse famosa. Engraçado ser famosa afinal, já que só os famosos saem em revistas.
E como seria agora? Teria que arrumar o cabelo, toda semana no mínimo, para evitar aquelas fotos flagras “Famosa é pega descabelada fazendo compras”. E não só isso. Precisava comprar os produtos certos no mercado, os que são chiques de se consumir.Nada mais de enlatados. Poderia virar vegetariana, hoje em dia é moda comer salada.
Teria que redecorar o apartamento, ou comprar outro em uma zona mais valorizada da cidade. Vai que algum apresentador de domingo resolve invadir a casa, só para registrar alguma louça na pia ou aquele furo no sofá.
Seria convidada para várias festas nas quintas-feiras (só gente rica faz festa em dia de semana). Comprar mais vestidos de festa, de estilistas famosos, pra não ser pega com o vestido igual ao de outra. Deus me Livre!!!
E quem levaria para as festas? O Tavinho não é mais o noivo ideal. Quando uso salto alto ele fica muito baixo para mim, e aquele nariz, não sei se ficaria bem nas fotos. Seríamos um casal de Smurfs, baixinhos e narigudos! É melhor arranjar outro noivo. Talvez um ator. Não, um dramaturgo ou músico rebelde, que está e alta. Seríamos o próximo casal a sair na Caras, dentro de uma banheira de espuma e tomando champanhe.
Irei ao Jô Soares para falar sobre os meus projetos. É melhor mudar de profissão... Uma mais exótica, como personal trainer de mergulho e de pesca com arpão!
Vou nadar bastante, e isso vai me ajudar a ter um corpo perfeito de atleta. Vou aceitar posar para Playboy só no 3º convite (para não parecer fácil). Difícil vai ser convencer meu pai. Mas ele não estará no Brasil para ver as fotos. Estará com a minha mãe numa viagem para a Europa...Será que dá tempo de fazer um listinha para eles trazerem de lá?.....

8.7.06

Carta

São Paulo, um dia do ano de 2006

Olá. Desculpe a letra, mas a minha mão direita está dolorida (vai ver que eu dormi em cima dela, um dorflex , talvez ajude).
Continuo a mesma de antes, ainda com a mania de não parar de me desculpar. Continuo sendo meio cômica até quando nervosa e ainda arregalo os olhos por qualquer coisa.
Quanto tempo faz? Pouca coisa mudou (eu acho que já disse isso antes...)
Continuo ficando nervosa à toa, continuo cantando de vez em quando. Continuo perdendo a hora, meus relógios ainda vivem quebrando sem motivo e continuo escrevendo para os outros, desculpa para escrever para mim mesma.
Minha mãe deixou cabelo crescer, meu pai anda um pouco cansado. Meu irmão está lindo. Eu comprei um carro, mas já bati várias vezes...
Se eu pudesse colecionar alguma coisa, acho que seriam canecas. Estou pensando em casar. Na minha casa vou ter uma almofada com a foto da Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”.
Minha filha ainda vai chamar Alice, vou ensiná-la a ouvir Le tigre e Rolling Stones. Meu namorado é 6 anos mais velho. Parei de ouvir rádio, agora só escuto MP3. Preciso voltar pra o inglês, talvez alemão (mas não é por causa da Copa).
Sou Nerd na faculdade, mas ainda não sei fazer contas nem calcular raiz quadrada. Faço Jornalismo. Não faço musculação. Como sempre, sou magra de ruim.
Deixei meu cabelo crescer, mas desisti e cortei. Deixei de sonhar tanto e de tentar ler Paulo Coelho e achar bom. Às vezes me esqueço de rezar, e sinto a falta de crer como antes. Sinto falta das festinhas do colegial, e de como eu era criança nessa época. Não cresci nada, continuo com medindo 1,56.

Não sei como finalizar esta carta, tudo continua igual (mas eu já disse isso antes)...Venha me visitar, faço bolo e nós tomamos um café da tarde. Ou podemos ir para balada, continuo adorando tequila.

Desculpe mais uma vez e obrigada pela atenção e pelo carinho, se este continuar existindo.
Saudades...

5.7.06

O barulho do susto

Me lembro. Estava comendo balas de goma. O Carro em um minuto começou a deslizar, como se estivesse no gelo. Nós, que ouvíamos “Búfalo Tom” no rádio, ouvimos os barulhos confusos dos pneus. O Vidro da frente voou, e o muro da rodovia crescia na minha vista. Não sei bem tudo o que pensei. Abracei o Luis com toda a minha força, para assegurar que ele não se machucasse e fechei os olhos torcendo para acordar do pesadelo. Mas não era pesadelo.

Foi num domingo meio chuvoso. A tia do Lú foi levada para a o hospital e eu fui com a ambulância para acompanha-la. O Guincho já estava lá, meu pai vinha para ajudar com o carro, estava tudo sobre controle. Menos eu. Chorei muito no corredor da emergência só de pensar no que poderia ter acontecido. Me senti frágil, fraca demais, sem controle sobre a minha própria existência...Chorei de vergonha por me esquecer tantas vezes de agradecer pela vida. Chorei pelas vezes que eu fui egoísta, e por todas as pessoa que são importantes, e que não sabiam disso.

Vergonha. Nós corremos, a vida toda atrás de mais dinheiro, sucesso ou coisa que valha. Igoramos o mundo ao nosso redor, imaginando que ele estará sempre disponível. Passamos por oportunidades de ajudar os outros e a nós mesmo, oportunidades de sermos felize. Mas nessa hora, percebi como isso não vale nada. A nossa vida é frágil demais.
De que adianta conquistar um império, se nós não percebemos que a maior conquista já temos, e é a nossa vida.

Estão todos bem agora. Tirando as dores no corpo, que me fazem lembrar que eu sou feita de carne e osso (mais osso que carne, já cansei dessa piada boba...). Mas uma coisa é certa. O barulho de um susto faz agente acordar para o que é realmente importante.

18.6.06

Eu e a parada gay

(Foto: A pia da minha casa, essa foto me lembrou o brilho da parada)

A parada gay é de longe o acontecimento mais cool em São Paulo. Evento melhor organizado e mais lindo não tem. Não, eu não fui (pelo menos não propositalmente).

Estava indo para Taboão da Serra e passei pela avenida Paulista.
Já na estação azul o metrô, estava tudo lotado. As pessoas gritavam muito.
Uma transformista vestida de "abelhinha", com 1,80 de altura bateu com a asa cheia de glitter na minha cara. Eu fiquei com um pouco do brilho dela, e me empolguei com a situação. Teria até ficado na festa se não fosse o Luis me esperando.

Em meio de Penélopes Charmosas, cowboys sem camisa e buás, percebi toda a liberdade que a festa transmitia. Não era só uma festa de "viados alucinados" como um ignorante no ônibus falou. Era uma festa de gente feliz, que bate a mão no peito e admite quem é (nem que seja por um dia).
Não se trata de opção sexual. Trata-se de atitude.

Muitos vão para caminhos errados, achando que é a única saída. Mas isso não tem nada a ver com opção sexual (quantos héteros também fazem isso?).
O que importa é que muitos são profissionais incríveis, pessoas bem-resolvidas, criativas e divertidas.

Podia ser uma idéia.
Um dia para todo mundo admitir quem é de verdade. Os invejosos, os ignorantes, os ridículos, os egocêntricos, os ausentes, todos numa passeata só (eu me incluo nessa, e você estaria lá também).

Acho que não seria tão organizado e colorido como o de hoje. Talvez fosse meio confuso e escuro. Para muitos seria um dia triste, fúnebre. Para outros seria um dia abolicionista. Bem provável que fosse o caos. Mas toda libertação é feita de caos.

10.6.06

Sex or the family?

Meu sonho como cronista sempre foi o de escrever em nome de todas as mulheres solteiras do mundo, para compartilhar os segredos de um bom relacionamento (leia-se ficada, transa, namoro mal-sucedido, ou pacto de sangue).

Sempre quis ser tipo o Mister M, contando tudo que pode e o que não pode. Mas eu nunca vivi "la vida loca", o que complica só um pouco os meus planos de ser Carrie Bradshaw.

A verdade é que quando eu tinha vontade de ser "pegadora", eu era inocente demais para isso. Ai quando eu tive idade, dinheiro e trabalhava em uma agência de modelos (carne linda e fresca á vontade) para completar meu sonho, me casei com o meu namorado (E estou feliz com isso, não estou reclamando amorzinho ...um beijo, te vejo mais tarde!).

Queria pegar vários homens, usá-los e jogá-los fora como trapos. Não estou falando de ficadas em balada, mas sim de ter P.A.s por todos os cantos, “fontes” como chamamos no Jornalismo. Nunca consegui, já que fiquei amiga de todos eles (pecado mortal das pegadoras). Até hoje minhas “tentativas de P.A” me ligam no meu aniversário, mandam
E-mails dizendo que sentem saudades da amizade e mandando um abraço para minha mãe.

Comecei a beber aos 17 anos em Florianópolis, numa viagem de formatura, onde passei 1 semana regada à Vodka até no café da manhã. Parei de beber assim que voltei de lá, e hoje bebo uma tequila a cada seis meses (e olhe lá, meu estomago não anda agüentando nem Coca- Cola mais).

Conheci o meu namorado numa balada, na última vez em que bebi além da conta e quis dar uma de “I’m free”. Hoje sou melhor decoradora de ambientes do que conselheira de balada. Não me pergunte sobre os relacionamentos e seus problemas. Eu só conheço um, e ele está perfeito agora, logo falta experiência para falar sobre isso com desenvoltura qual Sex and the City, meu ex -seriado favorito (agora meu seriado favorito é Will and Grace se querem saber).

Se quiser um conselho bom vindo de mim, me pergunte onde comprar um faqueiro bonito e barato. Posso te ajudar a escolher uma boa cortina ou te passar uma receita de bolo. Posso te ensinar a ser feliz com você mesmo e como viver bem com outra pessoa.
Não que isso seja ruim ou bom, nunca ter tido transas casuais tipo “foi bom, te ligo um dia desses...”. Pelo contrário, é ótimo não precisar do Néon, da maquiagem de da música alta para estar satisfeita com o mundo e comigo. Como baladeira, sou boa mãe de família, boa estudante nerd de jornal e isso basta.

9.6.06

A Copa do Mundo

Sim, sou brasileira...mas eu confesso...Odeio a Copa do Mundo!
Argumento... para não ficar cansativo, resolvi escrever em tópicos.

1- Para começar sou um E.T. no Brasil, já que não tenho uma camiseta verde e amarela (se algum E.T. me mandar um e-mail dizendo que tem uma, eu reescrevo o tópico).

2- Mas há 2 semanas as ruas estão fechadas por vontade de seus moradores, que não param de pintar caricaturas do Ronaldinho no asfalto e colocar fitinhas nos fios (fitinhas essas que ficarão lá até a próxima copa, já que todo mundo ajuda a colocar, mas ninguém tira). Pior: ainda fazem cara feia quando você vem tranqüilamente passar com o carro pelo caminho que faz todo santo dia!

3- Ai vem os jogos: se o Brasil ganhar vira pancadaria. Se o Brasil perder vira pancadaria. Isso é tão lógico que todo mundo (menos eu e o meu namorado, claro!) é dispensado mais cedo.

4-Vem também os vizinhos, que usam o jogo (não importa o resultado) como desculpa para um pagode com cerveja que vai durar até às 5 da manhã do domingo, esquecendo de depois do domingo vem a segunda (que já é ruim, pior ainda sem uma noite decente de sono).

5-A mídia só fala de copa. Juro que vi como manchete principal de um jornal importante de São Paulo "As bolhas do pé do Ronaldinho". O que eu tenho a ver com isso!!!!!

6-Até no programa da Ana Maria Braga houve um link na Alemanha. Só falta ter notícias da copa no programa da Xuxa e no culto da Universal.

7-Cerveja mais cara. Eles dizem que é por causa do rótulo verde e amarelo. Ta bom!....

8-Eu nunca entendi qual é a função do ”bandeirinha" em um jogo, se o juiz nunca leva em conta o que ele fala.

9-Nunca entendi o que é um impedimento.

Não sei bem como vai ser, posso até entrar na febre de copa um dia (ou não).
De qualquer forma, se Deus é brasileiro, ele sabe bem que se o Brasil perder o pais explode...e se ganhar, explode também.

A Senhora do Vagão


A senhora que entrou no vagão do metrô agora me incentivou a escrever coisas sobre aqueles que como ela não sabem de nada. E quem sabe?
Ela está apresa à uma casca que mal a deixava caminhar ereta. Sentou em um dos bancos especiais. Talvez fosse louca, quisesse morrer ou pudesse voar.
Como nós, ela é torna. Eu também me sinto desajeitada dentro de mim, como uma roupa apertada, que prende os movimentos.
Somos a nossa própria camisa de força. Somos algema e coleira. A bola de ferro que prende meus pés é feita do meu ego e da minha bobagem. E a sua, é feita do que?
Eu sou bípede. Mas quero ser trípede, porque além das minhas pernas busco que a minha mão direita, apoiada na caneta me movimente e me guie. É dela que brotam gritos , contos, e paixões. E você, o que você quer ser? E o que te impede? Você mesmo provavelmente.
É mais fácil do que parece se libertar. Comece agora então...

5.6.06

Cultura de quem?!?!

O eufemismo nas revistas existe para confundir/amenizar seus leitores.
Casa nunca é feia, é "exótica". E assim por diante; "Careta" vira "tradicional", minúscula" vira "aconchegante" etc.
Na política , o eufemismo tem o mesmo sentido confundir/amenizar que nas revistas. A diferença é que se a casa do “fulano” é bonita ou feia, isso é um problema dele.
Mas se estamos sendo enrolados e roubados, a coisa muda um pouco de figura. Agente tem que parar de amenizar tudo na vida! Pobreza é pobreza, miséria é miséria, roubo é roubo! E tudo isso não é bom.
A tv chama acostumou a dizer “corrupção” no lugar de furto, “classe baixa” no lugar de gente que passa fome e vergonha, “cultura popular” no lugar da falta dela.
O que é cultura popular afinal? É morar em favela, ser chamada de cachorra, não ter emprego, comprar uma TV em 80X só para ver a Copa do Mundo e se enforcar ainda mais?! Essa não é a cultura que o Brasil merece. Não tem nada ver com a Carmem Miranda, com Noel, com Machado de antes.
Eles sim são minha cultura. Nossa cultura. Clarisse Lispector, Tom Jobim, Chico Buarque. Isso sim é brasileiro.
Futebol também é brasileiro. Não que eu não acompanhe a copa, que não torça pelo país. Mas não é cultura como dizem por ai. Futebol é o pão e circo romano nos tempos de hoje, e temos que enfrentar essa realidade.Nosso país é movido à pão e circo!
O eufemismo venda nossos olhos e tenta amarrar nossas mãos. Mas não consegue amarrar toda uma população. Somos cúmplices do nosso cárcere.

29.5.06

Último Romance

Você amor é o típico homem que eu sempre evitei. Mamãe sempre me disse “homem de balada não quer nada sério”. Quando encontrei você, eu estava bêbada demais para assimilar o que estava acontecendo. Hoje dou graças a Deus por estar bêbada naquela noite, pois se estivesse sã, nunca teria te passado meu telefone certo.
A vida é engraçada. Em 1 ano ela mudou da água para o vinho, e hoje ela é completa: encontrou a sua e não consegue mais largar. Inclusive eu queria propor um acordo: se eu prometer ser boazinha você me fica do meu lado pra sempre?
Eu sou mais eu quando estou com você, porque eu sei que posso fazer qualquer coisa do seu lado, e você vai continuar me amando.
Eu respirei o seu olhar e ele não saiu mais. Agora sou viciada nele, e não respiro direito quando você não está por perto. Meu pulmão pede desesperado por você, e eu tento acalma-lo, em vão.
Graças a você eu não quero mais um conto de fadas. Não seria tão legal a nossa vida sem as nossas manias e defeitos, que se encaixam perfeitamente no quadro que construímos. A sua risada sem graça combina com a minha teimosia, e o seu jeito de dormir combina com o meu travesseiro. Sua mãe não tem nada a ver com os meus pais e o meu gosto por vermelho se encaixa com a sua forma desleixada de ser.
Agora eu vou a festas de família, me preocupo mais com a cabeça que com o corpo, me esforço para melhorar. Do seu lado eu quero ser a melhor mulher do mundo, quero ler todas as histórias, quero aprender a tricotar um casaquinho de bebê, quero viajar até a Grécia, ver de perto tudo que existe de interessante no mundo.
Não sou mais a mesma porque sou também você.

27.5.06

Um pouco de física


Sempre odiei física. Até hoje tenho um sonho estranho, de que estou fazendo uma prova de física no colégio até que um buraco se abre e eu caio no vácuo (ridículo, mas real).
A única coisa que eu lembro até hoje de física é sobre a Inércia. Um objeto, quando parado, tende a ficar parado, e se em movimento, tende a manter-se movimentado.
Isso explica muito. Estamos tristes com o nosso emprego, na vida amorosa...ai somos toscos ao ponto de pensar “é melhor eu não me mexer, poderia ser pior”. Ficamos anos parados reclamando enquanto o relógio vai engolindo os nossos sonhos e todos as surpresas boas que a vida estava guardando para o futuro.
Somos positivistas demais. O medo faz isso. Temos medo de nos mexer, e ao mesmo tempo raiva de não faze-lo. Ai ficamos encontrando coisas boas na nossa vida “qualquer nota” por simples comodismo.
Depois de muito tempo de sofrimento calados, resolvemos nos mexer, mexemos tanto, que não paramos mais. Ai vem o problema oposto. Nem tudo é ruim, mas nós modificamos pelo simples hábito de mudar. Não nos prendemos a pessoas, lugares, não criamos lembranças nem expectativas reais. Nos tornamos nômades de pensamento.Eu não sei como encontrar o meio termo. Nunca encontrei quem estivesse “libertado” da inércia (Libertar-se dela é mais difícil que física), mas eu acredito que em algum lugar existe uma pessoa que saiba lidar com isso. Os animais talvez.

18.5.06

Eu tenho um álbum no Orkut

Eu gosto de ver fotos alheias. Tudo bem, muita gente tem esse vício, mas eu fico até envengonhada em confessar. Gosto de ver os momentos das pessoas, desde as que eu odeio até as que eu amo.
O Orkut têm me ajudado a manter esse vício em doses cavalares. Acho que se você quer conhecer alguém de verdaden, não deve olhar no que a pessoa escreve sobre ela mesma e sim veja as fotos. Se só houverem fotos dela, tenha certeza de que é uma pessoa vaidosa, mas sozinha. Montagens me lembram certa nostalgia, carência de querer mostrar tudo de uma vez.
Nunca entendi a idéia de ter fotos dos seus momentos dinponíveis para quem quiser ver. Mas eu tenho as minhas, e meu álbum está completo (mania de quem tem medo de deixar as coisas depois, postei todas as fotos juntas, até completar 12). Meditando sobre o assunto, acho que é porque todo nós esperamos ser admirados.
Passamos a vida toda vendo artistas na TV, gente que nem parece real. Somos ótimos em transformar pessoas como nós em mitos. E quem não gostaria de ser identificada como mito por onde quer que fosse?
Somos carentes por natureza. Precisamos viver em conjunto, e ser intitulados de importantes, mas não viveríamos sem conviver conosco. Vivemos tentando conhecer todo mundo, na esperança de nos conhecermos, de provarmos para nós mesmo o quanto somos importantes.
Ai, como é mais fácil olhar as fotos do que para os nossos conflitos internos (muito mais difíceis de solucionar), nos conformamos em mostrar para o mundo como somos externamente interessantes, bonitos, incomparáveis. Se ao invés de fotos, fossem versos, o orkut teria falido.

15.5.06

Texto sem nome sem nada

O que pensam de nós?
Porque ninguém consegue ouvir a nossa voz?
Nos mandaram sair, mas não querem ficar. Qual o nosso papel nesse lugar?
Silêncio denovo. Música para os nossos ouvidos. Todos os planos espalhados nos papeis. Dentre mentiras confortáveis, tantas verdades fieis.
Merecemos ser felizes e cansamos de esperar. Nossa vitória foi prometida, mas nas páginas dos jornais as palavras são poucas para vivencias demais.
Conflitos aflitos que ninguém consegue explicar, no meio desse tal "futuro" que tentam nos mostrar em cada partido partido, em cada campanha polída, em cada politíco mítico, em imagem na TV.
Conclusões precipitadas, julgamentos banais. Tentam traduzir a nossa vontade, mas só agente o faz.
Fechamos os olhos para não enxergar essa tal "realidade" feita com a nossa aprovação. Somos nós os responsáveis pelo caos.
Se vamos fazer, façamos direito. Nossa voz tem que gritar o que deve ser feito.
Não queremos que o mundo tenha dó da nossa história. Queremos respeito pela nossa glória.
Queremos início contra o fim. Paz. Quando?


Moradora indignada, paulistana com medo, mas com esperança.

12.5.06

A Data


Durante todos os ponteiros que engolem o dia, pouco nos resta para viver um pouco por nós mesmos.
São tantas as datas, que agente esquece a importância de uma data que não seja nada, que não nos lembre nada, que não nos cobre como todas as outras do ano.
Que seja uma data no meio do nada, e que a televisão fique desligada, para que agente possa ouvir a nosso próprio pensamento. Ela tem que ser vazia e fria, pedindo para ser preenchida dos menores ruídos possíveis, e com tudo aquilo que sempre deixamos de fazer.
Essa data vai ter tudo que tem num fundo de armário, milhares de tralhas inúteis que de certa forma temos medo de jogar fora. Talvez elas só estejam guardadas para serem vistas no dia de esquecer que horas são, dia de aproveitar o sol se pondo e a brisa friazinha que arrepia. Dia de ler o livro favorito, e sentir soar cada vírgula dele como única e fundamental. Vai ter cheiro de amaciante e de praia, e nos lembrará como é boa a sensação de estar com a alma limpa.
Esse dia vai ser esquecido daqui a cinco minutos, quando o tempo voltar a engolir cada respiração nossa. Mas o sentimento dele vai nos acompanhar de tal forma, que a trajetória da nossa vida estará mudada. Feliz data nenhuma!

3.5.06

No telefone



-Alô? Oi amorzinho!
-Oi amorzinha! Tudo bem?
-Tudo e você, como foi se dia?
-Foi normal, trabalho, cobrança, clientes, cobrança....
-Hummm...
-"Humm"O que?
-Nada. Só fiz "hummm".
-E o que quer dizer?
-Não quer dizer nada!
-hummm...tá bom...
-Como assim "Tá bom?"
-Sei lá Elenice, só falei qualquer coisa...
-Como você vem falar isso para mim! Nosso relacionamento pra você é "qualquer coisa"?
-Não disse isso ...eu só...
-Só!!!! Você quer ficar sozinho agora!!!Pois fique! Tá tudo terminado!!
-Hein? Elenice meu amor, tá doida!
-QUEM É DOIDA??!!
-Não, desculpa, ninguém..
-Vai dizer que eu sou ninguém pra você, agora não sou mais Elenice. Agora eu sou ninguém.É isso que você fala para as meninas do serviço?
-Que meninas do serviço! A única mulher que trabalha no escritório é a Dona Inácia, a do café. Ela tem uns 60 anos!Que história é essa de ninguém?
-Não sei, você quem falou! Tá ficando caduco pra esqueçer o que diz....
-Eu não..a Doidona aqui é você.
-NÃO ME CHAMA DE DOIDA!
-NÃO GRITA!!!
-DOIDA É A VELHA DA SUA MÃE!
-NÃO FALA DA MINHA MÃE!

................
-Alô? Antonio, sou eu
-Oi..
-Desculpa, eu ando meio estressada, tanta coisa para fazer, tão pouco tempo..entende?
-Entendo.
-Ai você veio com essa hitória, de tudo terminado...
-Eu? Você terminou comigo. Eu não fiz nada.
-fez sim! Você me chamou de ninguém. Mas já foi, eu te perdoo.
-Perdoa? Mas eu nem fiz nada!..Ah, vamos esquecer isso. Eu só falo bem de você!
-Ai amorzinho! Sério?
-É...até já mostrei uma foto sua pras meninas do escritório e elas disseram que você é linda...
-Meninas do escritório????????
-Xiiiiiiiii!!!!

2.5.06

Eu ando monotemática.



Ando só falando um nome, que é o seu , e uma lingua , que é a sua.
Sem novidades, sem fundamentos e sem contradições que me faziam uma pessoa trágica e comica. É chato conversar com quem espera algo novo na minha vida. Eu não quero algo novo, nunca mais.
Enquanto o mundo corre para lugar nenhum, eu tenho a certeza que encontrei o meu lugar. Parei agora no seu lado, e me encaixo certinha aqui. .
Eu, tão egocêntrica , agora me vivo falando em outra pessoa, mesmo quando não tem nada a ver com o assunto. Você agora é a notícia de destaque do meu jornal, que só possui essa manchete até o fim dos meus dias.

29.4.06

O fim no começo?

Depois de ver filha matando os pais, crinaças aprendendo a atirar, marido envenenando mulher, agente já está até se acostumando que o mundo não tem mais jeito.Você vai abrir o jornal de manhã e passar por essas notícias com a mesma naturalidade que uma receita de bolo lhe causaria.Agora, que já desconfiamos do governo, da polícia, dos estranhos na rua, dos vizinhos, vamos começar a desconfiar da nossa própria família? Como os Pais poderiam prever que a filha, que quando criança invadia o quarto de madrugada para dormir na cama deles seria a mesma a abrir a abrir a compactuar com a morte deles?Eles se protejiam no farol, trancavam a casa e desconfiavam de estranhos, como todos nós. Mas como poderiam se protejer da própria cria?Impossível de se entender...