30.9.06

A Arte da Dedocracia

Em tempos de eleição, muito se fala na tal de democracia. Ela só aparece às vezes, normalmente no horário pólítico obrigatório. Depois das eleições ninguém sabe bem para onde ela vai. Talvez para os EUA, já que lá adoram a palavra democracia, mesmo nunca tendo entendido bem o que significa.
Fui vitima da democracia este ano. Vou ser 1ªsecretária nas eleições. (Traduzindo, o secretário é uma espécie de mesário sem sorte, que fica com o serviço chato de organizar filas e fazer relatórios.)
Vou sair da minha cama domingo às 6h30 da mahã, chegar até a escola às 7h e ficar organizando filas até às 17h. Não queria ir. Mas fui democraticamente obrigada. Se não fosse, com certeza seria democraticamente penalizada pelo resto da vida. Justo não?!
Acho que o papel do cidadão é o de escolher o melhor candidato, procurar saber quem é o tal , e depois não xingar ninguém se tiver escolhido errado. Vale ressaltar que é importante , caso o escolhido tenha sido FDP, lembrar de não votar denovo nele.
Mas é ridículo forçar um monte de gente a trabalhar na eleições. Isso deveria ser um trabalho voluntário!
Aí muitos dirão:- mas se fosse voluntário, ninguém iria!!
E a resposta para isso é muito simples: Ninguém é voluntário para trabalhar nas eleições porque ninguém acredita mais na democracia!!!!!!
Agente lembra mais ou menos o que é. Ela aparece nos filmes de vez em quando, ou na TV.
Resumindo , alguém me manda uma intimação, "Dedocrática" , me dizendo que estou convocada por livre e espontânea pressão a participar do que eles apelidaram carinhosamente de "exercício de cidadania".
Confesso que é um exercício de paciência para mim participar disso. Estou revoltada e quero que você também fique.Não apenas por mim, mas por você, pelos nossos filhos e pelos nossos netos.
Não me procurem no domingo. Estarei cumprindo pena por ser futuramente funcionária pública. Viver em uma república democrática não é libertador?!

10.9.06

Cuide-se bem

Não sei você, mas toda a minha geração teve um Bichinho Virtual (sou nova, ok!).
Era um brinquedo em forma de bichinho estranho, que deveria ser banhado, alimentado, blá, blá, blá. Pra ser sincera, era um saco cuidar daquilo, mas como todo mundo tinha, eu também queria ter.

Refletindo bem, desde criança cultivamos a idéia que nós temos que cuidar de alguém, alguma coisa, qualquer coisa, para que a nossa vida não tenha sido em vão. Começamos cuidando de plantas, animaizinhos, brinquedos, e por fim de pessoas.

Me conformei com a idéia de que eu nunca cuidei "muito" bem de nada. Minhas plantas sempre morreram, meu cachorro é mais ou menos quase normal, e as minhas tartarugas depois de alguns meses começaram a comer umas as outras (não no sentido gostoso, mas literalmente). O único ser vivo que permaneceu ileso aos meus cuidados (e ainda não tenho muita certeza disso) é o meu namorado. Acho que é porque eu não preciso alimenta-lo.

Acho francamente que não precisaríamos cuidar de nada se cuidássemos de nós mesmos. Aprendemos a vida inteira que a caridade se faz para o próximo. E agente, como fica?

Você trabalha só para pagar contas? Então saia de casa, coma um big mac sem culpa, compre uma roupa cara, beba tequila e rode a cabeça! Passe mal de rir sozinho, corte você mesmo seu cabelo...sei lá! Tem tanta coisa pra fazer por si! Já pensou que você sabe seus gostos melhor que ninguém e portanto é a melhor pessoa para se auto-agradar?

Depois a vida passa, as plantas ,os animaizinhos , as pessoas...Todos morrem. A sua companhia eterna e certa é a sua própria persona! Então vá viver, porque ninguém vai fazer isso por você.
Cuide-se bem, por favor e o mundo vai ser melhor para todo mundo. Prometo. Obrigada.