Estava indo para Taboão da Serra e passei pela avenida Paulista.
Já na estação azul o metrô, estava tudo lotado. As pessoas gritavam muito.
Uma transformista vestida de "abelhinha", com 1,80 de altura bateu com a asa cheia de glitter na minha cara. Eu fiquei com um pouco do brilho dela, e me empolguei com a situação. Teria até ficado na festa se não fosse o Luis me esperando.
Em meio de Penélopes Charmosas, cowboys sem camisa e buás, percebi toda a liberdade que a festa transmitia. Não era só uma festa de "viados alucinados" como um ignorante no ônibus falou. Era uma festa de gente feliz, que bate a mão no peito e admite quem é (nem que seja por um dia).
Não se trata de opção sexual. Trata-se de atitude.
Muitos vão para caminhos errados, achando que é a única saída. Mas isso não tem nada a ver com opção sexual (quantos héteros também fazem isso?).
O que importa é que muitos são profissionais incríveis, pessoas bem-resolvidas, criativas e divertidas.
Podia ser uma idéia.
Um dia para todo mundo admitir quem é de verdade. Os invejosos, os ignorantes, os ridículos, os egocêntricos, os ausentes, todos numa passeata só (eu me incluo nessa, e você estaria lá também).
Acho que não seria tão organizado e colorido como o de hoje. Talvez fosse meio confuso e escuro. Para muitos seria um dia triste, fúnebre. Para outros seria um dia abolicionista. Bem provável que fosse o caos. Mas toda libertação é feita de caos.