9.6.06

A Senhora do Vagão


A senhora que entrou no vagão do metrô agora me incentivou a escrever coisas sobre aqueles que como ela não sabem de nada. E quem sabe?
Ela está apresa à uma casca que mal a deixava caminhar ereta. Sentou em um dos bancos especiais. Talvez fosse louca, quisesse morrer ou pudesse voar.
Como nós, ela é torna. Eu também me sinto desajeitada dentro de mim, como uma roupa apertada, que prende os movimentos.
Somos a nossa própria camisa de força. Somos algema e coleira. A bola de ferro que prende meus pés é feita do meu ego e da minha bobagem. E a sua, é feita do que?
Eu sou bípede. Mas quero ser trípede, porque além das minhas pernas busco que a minha mão direita, apoiada na caneta me movimente e me guie. É dela que brotam gritos , contos, e paixões. E você, o que você quer ser? E o que te impede? Você mesmo provavelmente.
É mais fácil do que parece se libertar. Comece agora então...